FILOSOFIA DA ABOM
Proporcionar aos alunos a convivência com os especialistas de reconhecimento em todo o Brasil e a tratar os pacientes desde a tenra idade, para que não precise utilizar técnicas invasivas e danosas a saúde bucal.
HISTÓRIA DA ORTOPEDIA FUNCIONAL DOS MAXILARES
O Que é Ortopedia Funcional dos Maxilares?
A primeira publicação sobre a correção das irregularidades nas posições dentárias é atribuída ao francês Pierre Fauchard, considerados por muitos, o pai da Odontologia moderna. Em 1728, ele publicou o livro intitulado “O Cirurgião Dentista ou Tratado de Odontologia” (Lè Chirurgien Dentiste ou Traitè des Dents), no qual ele apresentava um aparelho denominado bandelette associado a um arco expansor. Ou seja, a especialidade Ortopédica Maxilar surgiu junto com a própria Odontologia.
Tanto a Ortopedia Funcional dos Maxilares (OFM) como a Ortodontia tiveram origens comuns. Estamos nos reportando ao final do século XIX com os trabalhos de Norman W. Kingsley.
Kingsley, considerado por Edward Angle como “o maior gênio da Ortodontia”, descreveu, em 1879, um aparelho que tinha o objetivo, segundo o autor, de “modificar (saltar) a mordida”. Eram as primeiras idéias que levariam ao conceito de mordida construtiva.
Em 1902, Pierre Robin desenvolve na França o seu monobloco para o tratamento da “glossoptose”. Este aparelho bimaxilar confeccionado em vulcanite, fazia a mesialização mandibular nos casos de Classe II – 1, liberando assim a passagem do ar na “confluente funcional vital”.
Quase no mesmo período, o dinamarquês Viggo Andresen desenvolvia seus estudos, chegando a um aparelho bimaxilar bastante parecido com o monobloco de Robin, cujo objetivo era “servir de retenção funcional e impedir a respiração bucal”. Em 1925, já como diretor do Departamento de Ortodontia da Escola Dental de Oslo – Noruega, Andresen veio a encontrar o periodontista e pesquisador Karl Haülp. Cientista eminente, Haülp deu um grande embasamento teórico aos achados clínicos de Andresen. Ele demonstrou que as mudanças posturais provocadas pelos aparelhos eram de fato capazes de estimular crescimento ósseo. Sua importância na divulgação da técnica foi tanta, que o aparelho ficou conhecido como Ativador de Andresen-Haülp.
Evolução
Enquanto nos EUA se desenvolvia a Ortodontia Fixa com os aparelhos multi-bandas do Dr. Edward Angle, a Ortopedia Funcional dos Maxilares crescia na Europa.
À partir dos estudos de Viggo Andresen, vários foram os estudiosos na Europa que desenvolveram técnicas de OFM, principalmente após a 2ª Guerra Mundial. Os avanços foram notáveis, principalmente na diminuição do volume dos aparelhos devido ao aparecimento da resina acrílica e seu uso difundido na Odontologia. Com isso houve mais conforto para o paciente e mais colaboração deste para com o tratamento.
Nesta época ocorreu um grande desenvolvimento de técnicas, entre as quais destacamos:
Filosofia da OFM
O profissional que lida com Ortopedia Funcional dos Maxilares não olha para a boca ou para qualquer outro elemento do Sistema Estomatognático (SE) como um órgão isolado. Todas as funções do Sistema (mastigação, deglutição, respiração, fonoarticulação) estão interligadas e interferem no desenvolvimento da face em geral e das arcadas dentárias em particular.
A OFM visa, então, atuar diretamente sobre o padrão de desenvolvimento do indivíduo, modificando o sistema esqueletal e órgãos motores associados. Na criança em desenvolvimento, seria qualquer alteração induzida por um aparelho que resulte em modificação do padrão de crescimento atual do SE, tanto em direção quanto em quantidade.
É importante salientar que o desenvolvimento das estruturas faciais não seguem um inevitável padrão de crescimento. A direção do crescimento pode ser mudada permanentemente pela aplicação de forças que induzam a mudanças no relacionamento entre tecidos duros e músculos.
Quando colocamos um aparelho ortopédico, ocorre alteração na postura mandibular. Essa mudança alterará toda a direção da força muscular e, quando o paciente estiver usando o aparelho, os movimentos mandibulares ocorrerão da forma que foram previstos na construção do aparelho. Antes de realizar qualquer mudança na forma, o aparelho estará mudando a programação proprioceptiva a nível do Sistema Nervoso Central, dando novas informações sobre postura mandibular. A alteração primeiro postural e na fisiologia muscular obtida pela OFM numa criança em crescimento torna-se definitiva a nível esquelético.
Por exemplo, com um aparelho ortopédico, em casos de má oclusão de Classe II – 1, é possível apagar um reflexo de postura distal da mandíbula criando um novo reflexo através do toque incisal.
Características dos Aparelhos Ortopédicos Usados em OFM
Diante de tantas técnicas e aparelhos diferentes, quais são os aspectos que caracterizam um aparelho Ortopédico Funcional dos Maxilares? De uma forma geral estes aparelhos reúnem as seguintes características:
1- Funcionam soltos e frouxos na boca do paciente. Não possuem nenhum tipo de retenção em mucosa ou em dentes.
2- São confeccionados à partir de uma mordida construtiva. Com o aparelho na boca, o paciente ocluirá em uma nova mordida terapêutica. A mordida construtiva é fundamental para a desprogramação neural da oclusão patológica.
Conclusão
“A Função faz a Forma e a Forma propicia a Função” (Claude Bernard)O Objetivo da OFM é criar equilíbrio entre forma e função. Um equilíbrio dinâmico e, por isso mesmo, estável, propiciando saúde e qualidade de vida. É esta a visão holística do ser humano que nós, profissionais da ABOM, acreditamos.
Para Saber um Pouco Mais
Selecionamos aqui uma bibliografia básica para que você possa conhecer mais sobre a Ortopedia Funcional dos Maxilares. Alguns títulos podem estar com suas edições esgotadas, porém a ABOM coloca seu acervo bibliográfico à disposição dos interessados para consulta.
Informações, ligue (0xx21) 2509-3005
GRABER, T. M. ; NEUMANN, B. Aparelhos Ortodônticos Removíveis. 2ª ed. Ed. Panamericana. São Paulo. 1987;
SIMÕES, W. A. Ortopedia Funcional dos Maxilares. 1ª ed. Ed. Santos. 1985;
FRÄNKEL, R. Ortopedia Orofacial. 1ª ed. Ed. Santos, São paulo, 1980;
PLANAS, P. Reabilitação Neuroclusal. 2ª ed. Ed. Medsi. Rio de Janeiro, 1997;
ENLOW, D. H. Crescimento Facial. 3ª ed. Ed. Artes Médicas, 1993;
BIMLER, H. P. Indicaciones del Modelador Elástico. 1ª ed. Ed Mundi. 196.